terça-feira, abril 28, 2009

sOnOletO

Olhar este teu
tão findo
não crer me faz
velar, homem, senão morrer.


Infinitos são múltiplos,
olhos de depois não ser
inundados, que deveriam
a crer recuso, recurso, do improviso.


Antes me pertube,
perdoe para eu lembrar
do soneto, eu daquele escrevia...


Não, o caminho, abandone,
não coma no Mc'Donald's,
ouvidos não dê-me!

Olhos para quem te quero




A câmara supra
sensibilíssima
revela a imagem
de um sentimento.

Única sinalizadora
como uma digital,
reflete cardiologias
púrpuras visuais.

Enquanto retina
expõe-se deusÍris
num sistema nervoso
à mostra da ótica.

Amplia reduções,
diversos pontos absurdos
em pequenos mitos:
ver é dar sentido!

domingo, abril 12, 2009

Volumes também amam




Ah! Que volumes também amam!
Não amariam (?)
se por amor homens pisaram a lua,
dobraram papeis inutilmente,
manhãs se perderam em formas distantes.

Ah! Que volumes se aprazem!
Não teimariam
subtrair quantidades e tamanhos
consideráveis de puro prazer repentino.

Ah! Que volumes são úteis!
Não seriam (?)
Se somente a isto eles se deram:
satisfazer quando preciso.

Ah! Que volumes imperam!
Não diria tanta geometria:
são apenas sombras
alguma necessária alegoria.

Ah! Que volumes amam, amam!
Mas a quem importa, se urge
do necessário a obra,
se a forma é a própria poesia!

Canto Venuto

foto:www.bp3.blogger.com




A história explica essa data,
mas a história não me explica
esse domingo nublado.

Há coisas que não se misturam
e em verdade são ditas entre tantos
estranhamentos mais claros.

Fiquei com vontade de olhos
e de teu sorriso a minha frente
compondo um instante.

Por onde estás és um pensamento
agora de subitamente já
trajado de cores.

E uma música toca, e uma rede balança
numa dança silenciosa de uma idéia
e nenhum é quando.

A estória conta algumas nuvens
uma manhã de imaginações viradas:
todo silêncio pode!

sexta-feira, abril 10, 2009

As estacas

(...)

No terceiro dia
pela manhã
as três primeiras estacas

três dias depois
outras oito estacas
mais altas

no fim de duas semanas
todos estavámos.. podíamos ver
a grande muralha

Depois de tantos anos
o cerceio do olhar longemente
trouxe a revolta

Os confrontos fendiam décadas
as quixotescas manobras de virtude
consumiram gerações

(...)

Mas no fundo dos séculos
todos sabiam que o grito devia
ter nascido nas estacas.