sábado, março 27, 2010

tempo-pássaro

onde o tempo voa
soa meio tempo

de uma nota e meia
que volta e meia nota

o tom da valsa
o compasso do voo

revolta da farsa
faz o vento que voa!

Antídoto (em nova edição)

Mudo se fala,
arquétipo do impuro
como se um nada
não fosse um tudo,
às cinzas de um aspecto,
apenas uma mortalha.

Qualquer nenhum discurso,
um curso no abismo,
uma muda de certo surto,
ambíguo como um antídoto,
pérfido como um afeto,
reto e um tanto curvo!

quinta-feira, março 25, 2010

meu

Pague dois, leve um,
diga não ao sim,
vai por mim
promoção
nada ou nenhum.

Deixe à mão outrossim,
lance o corpo ao vão,
ou senão
tente enfim
não fechar os olhos assim.

segunda-feira, março 01, 2010

em quieta ação

A pele sob o pêlo
peleja contra o frio.
O medo do rascunho
reter o raciocínio,
rejeita o teu segredo
retifica meu destino.


A miséria se revela
e vela a vitrine.
O erro do inverno,
o espirro contra o vidro.
O cheiro do silêncio
anestesia o improviso.


O medo é um desejo que se esconde,
pisa o mato não sei onde...
Embriagada paira a luz no horizonte...
-Onde estás que não responde?


A alma se desfarsa
na farsa que é o corpo.
A busca do motivo
que dissolve o desconforto,
a dúvida do discurso
no impulso de um louco.