sexta-feira, julho 23, 2010

meto-me em rascunhos

De primeiro topei com figuras estranhas
que mal se sabiam prováveis.

Depois, com certo tempo desprendido,
eu tive uma gestação de enganos
que me legou algumas privações da arte.

Agora estou com um pé cá, outro lá.
Deixei de picardia, olhei para os lados:
não teço grafias de reconhecimento!

Apesar dessas crônicas policiais, dessas matérias frias
o meu mundo só se percebe na poesia!

quarta-feira, julho 21, 2010

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Vida é improviso.
Morte, quem não verá?
Um traço traz riscos.
Noite amanhecerá.


Amor é imprescindível.
Ódio, uma variável
(corpo e pêlos atiçados)
vingando tempestades.


No poema pousa a vaidade.
Luminessências furtivas:
coisa estranha, tantos mitos.
A memória adormece
em prantos líquidos.




Divino sou eu,
pressuponho:
o sonho é um istmo!

biológico


                                                     kristyynablog.blogs.sapo.pt






Pés para o apoio da alma,
Mãos para tatear o infinito,
Membros para aconchegos
Tronco para prover vida
Crânio para gerência dos sonhos
Olhos para confundir essências
Boca para ser boca
Boca para o próximo, para romper o silêncio, para provar texturas...

Respira com calma:
corpo!

domingo, julho 04, 2010

Gravitações

Num entulho de sonhos
um poeta perdido
encontra algum seu poema antigo

entre restos de um dia
aquela caligrafia
no branco sujo do tempo


um momento de olhos
uma gota de óleo
deslizando num rio

e a lembrança tardia
que a velha poesia
entendeu sobre o vento!

quinta-feira, julho 01, 2010

dialogismo

nessa peleja vai-se bem ou vai-se mal
se tem tinta pinta a casa, se não tem queima com cal.
Tem propriedade que tem seu diferencial
mais ainda assim vem em metades, tipo um punhal.
alimento que não basta não tempera só com sal.
se tem peito pede outro, se não tem, um luftal
O querer não é restrito ao pensamento racional.
muito antes era a pedra, pouco agora, animal.
meta: conquistar a indivisível amplitude universal.
ou você tenta o mundo inteiro, ou você fica com o quintal.