sexta-feira, novembro 14, 2014

poema rupestre




em memória


na beira da palavra manoel
pus de enterrar olhar de perto,
decerto, sem prover de teu olhar de pássaro
ou de pedra e barro, por sinal das miudezas que paralisam
as funções reais do amor,
quiça a parecência com a coisa
e só depois, muito depois a grafia de um vento.



por isso , mais te entendiam as formigas, as borboletas,
lagartos, caranguejos, frutas apodrecendo, o musgo orvalhado,
vaga-lumes, as crianças...



e agora, tendo o teu olhar um olhar de nuvem, olhar de anjo,
com certa saudade de véspera,
leio teus ventos, o que refresca a alma, como água de bica,
água de açude refresca o corpo no sertão de um menino,
leio teus versos ao querer de respingar entendimento
de como se grila uma manhã, de como se consegue a palavra mais áspera,
de como se brinca de brincar de coisa e seus remendos,
sim-sendo ou não-sendo de vez coisa inominada.



por isso, deixa em mim, como sempre deixou,
um estado de infância da língua, um enxergar de antigamente,
um amor secreto por desacontecimentos de inverno e por teus versos...



sábado, novembro 08, 2014

canticomantraoração para dias de cansaço!



Porque você pode!
  porque você consegue!
    porque você suporta

     o peso da derrota,
      a angústia da maldade,
      a dor da solidão,
     nada será seu repouso.

    porque você tem um objetivo,
  por que você tem uma busca,
porque você pode!

Porque você pode!
  por que você tem uma busca,
    porque você tem um objetivo,
   
      nada será seu repouso,
       a dor da solidão,
       a angústia da maldade,
      o peso da derrota,

     porque você suporta,
   porque você consegue!
Porque você pode!



sábado, novembro 01, 2014

desejos políticos e apolíticos

Do caos de uma rede
nasce cicatrizes tão reais
e tanto mais fomenta o ódio
destilando ofensas nos murais!

A vida aos poucos toma prumo,
vai se aquietando os jornais,
mas muita coisa foi quebrada
coisas que não colam mais!

Antes que a vingança retome
e finde suas ações em tribunais
(os partidos repartem os homens)
não, com mágoas, se entorpeça jamais!