Um dia pensei que era preciso
mais vozes soltas para se ter um poema,
era preciso um sonho de imaginar!
Pensei, então, em escrever um poema formiga:
pequeno, um poema como uma raiz,
que penetrasse dentro da terra.
Pensei em escrever um poema borboleta
(que, antes, fosse um poema lagarta)
com várias cores e que move suas asas com beleza,
um poema de diversa natureza.
Também pensei um poema pássaro
Com vôos rasantes e piruetas no ar,
mas ao imaginar um poema pássaro,
veio-me o gosto de um poema céu,
e do poema céu fluiu o imaginar do poema sol.
Mas quando pensei o meu poema sol,
lá de longe, veio alguns poemas nuvens
e o encobriram.
Pensei, então, num poema de vento,
que soprasse para longe aquelas formas,
mas imaginei um poema de chuva,
de gotas caídas do céu,
um poema líquido, um poema que lava,
um poema para depois secar.
Imaginei um poema arco-íris,
um poema colorido para depois das águas,
que viesse entre os poemas montanhas,
cheio de relevos e ondulações.
Também um poema como aquele,
De um poeta bem distante: o poema
Em linha reta.
Mas o poema mais bonito,
o poema que me inflama os olhos,
o poema que não diz, nem tateia,
é o poema sonho
que além do que imagino, existe!
Um comentário:
E acabou fazendo um poema lindo!
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