Olhos a olhar
Ver sombras, crer que sombras são verdades.
Olhos, tão mais sensíveis que a mais sensível lente,
tão únicos, uma janela
um janela da alma.
Ver sombras, fotografar, escrever com a luz sombras.
Desnudar com a luz a sensualidade
da distância, do profundo, do foco.
Olhar Objeto
Segundo o poeta Manuel de Barros,
o olhar vê, a memória
revê, a imaginação transvê.
Eis os olhos da mente: imaginação.
“A poesia é a transfiguração!”
Como transfigurar em linha reta?
E o foco do pensamento,
num momento em que o mundo
é tanto foco, tão visual?
Pensar e ver da janela do mundo,
jamais apenas enxergar.
Muito pouco enxergamos,
quase tudo imaginações. Completando imagens partidas,
o lusco-fusco da sobriedade nervosa.
Assim desenhamos o mundo em nossas casas,
estendemos as lentes para secar
e tentamos devolver as cores antigas à retina, com imaginações!
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