quinta-feira, setembro 16, 2010

política poética





Pois que meu verso
tem que ser maior
que os teus versos?
que o teu erário?

Serias e o teu universo
que colorem o meu imaginário?

Qual movimento surdo
darias aos meus olhos
de brincador de amor errante?
de insignificante operário?

Estarias e o teu inverso
manifestando delicados relicários?

permanecidos

Eu permaneço,
quando em tempestades
tudo é água!


Você permanece
quando em labaredas
tudo queima!


Eles permanecem
quando evitam
fogos e chuvas!



 



terça-feira, setembro 07, 2010

virações desses tempos

As partículas do universo teimam virações no verso,
a cerveja comum muda de cor,
novas canções adoçam as noites amargas,
um simples filme desequilibra o coração,
um velho poema se despe tão surpreendente,
um par de óculos desentorta a visão,
o que era sim e agora é não,
até o amor ousa uma pirueta,
uma nova casa precisa novas cores,
aquele parque de antes se queima ante o ocaso,
os conceitos, os conceitos são tão mutáveis,
e já só estas coisas são sinceramente únicas de sentido:
teu sorriso num dia taciturno
e Theo sonhando desconhecimentos de água
molhando pequenas porções de amanhã!