quinta-feira, fevereiro 01, 2018

Poe(ta?)ma!






O poema não diz, sangra o poeta!
Se queres me ouvir, leia-me!
Verso torto, não se sabe
e acontece de repente,
sim, porque o poema é poente,
última borboleta do dia:
P-O-E-S-I-A!
À noite será outro esquema.
Poeta dos falsos poemas,
dobre as tuas feridas,
recolhas a misericórdia
e como se a manhã não se houvesse,
descuide de tudo e parta.
Pode ser que chova, mas não te sufoques.

O poema? O poema não diz,
corta...
taciturnamente o artesão se afasta:
aquilo não era palavra,
era foice...
e a chuva não era lágrima,
era ácido...
Não te enlouqueças por tão pouco.
O fato é sempre central (?),
marginal é a conseqüência (!).
O poema sobre o poema:
um poema, uma pedra no caminho, um sei não, um talvez...
Mas não há quem se prive do sermão,
o poema não se deve a razão,
ele é o esperma,
medíocre perfeição...
o Poe(ta?)ma!


consummatum est

novembro de 2008



O mundo é besta como todos que o habitam.
Quase que como um conceito, ditos amigos
não compartilham doces e salivas.

Amigos deveriam ser como irmãos, não como sócios.
Mas cada qual oferece o conceito que lhe apraz mais cabível.
Aí está inaugurado o canalha, o canalha velhaco.
Pede-te um abraço para cravar mais profundamente o punhal.
Não, não interessa a morte, (pelo menos a ti não)
mas a superioridade da carne à ideia.
Tens mulher, tens filhos... pouco interessa,
na urgência da pressa e da sociedade...

Sócio é sócio! Mas não quero crianças, nem mulher alheia!
Mas bem podia verificá-la! Sociedade tem dessas coisas:
um pouco de desconfiança , ganância e egoísmos!
A mim, chegávamos, decerto, a amigos!
Quanta coisa besta essa e o mundo!
Tínhamos, sim e entre discursos, uma sociedade!

Como sou mais besta que todos em desapego e verdades,
faço uma proposta:

fique com a minha parte!