sexta-feira, novembro 21, 2008

"Enquanto olharmos para o outro com olhos incrédulos, preconceituosos e cí­nicos, mais estaremos à beira do abismo."

a posse

Possuir-se em tempo de perda
é negar-se ao tempo da posse.
Nada ter,
nada reter,
nada deter:
ser somente ser.
A posse melhor seria
a posse da humana alegria,
da compaixão, do amor
e do respeito ao próximo.
Somos responsáveis
por uma sociedade menos violenta
que acredite no cuidado,
na preservação de valores essenciais
ao convívio social
e na verdade, no caminho e na vida!
Os homens que possuem o mundo são os mesmo que abdicaram da presença de Deus!

(...)


"O mundo é um lugar bom, e vale a pena lutar por ele."

Ernest Hemingway

quarta-feira, novembro 19, 2008

desconfie

Pedras reluzentes,
dias calmos,
conselhos, quaisquer conselhos,
orações rápidas,
olhar fuginte,
arrependimento sem morte,
palavras contida,
dinheiro sobrando,
amor que cobra amor,
amor que não cobra amor,
toque que não deseja,
carinho como pagamento,
dias escuros,
o sol das 15 horas,
romance de fevereiro,
amigo que entende tudo,
amigo que não entende nada,
argumentos nervosos,
religiões,
copos trincados,
atendimento terceirizado,
filas rápidas,
educação,
saúde pública,
saneamento de discurso
curso interrompido,
fluxo crescente,
fobismo,
fordismo,
modismo,
achismo.
Desconfie disso:
e .

terça-feira, novembro 18, 2008

1° movimento







"A literatura (...) é a linguagem distanciando-se o mais possível de si mesma; e se este colocar-se 'fora de si mesma' põe em evidência seu próprio ser, esta claridade repentina revela uma distância mais do que um sinal, uma dispersão mais do que um retorno dos signos sobre si mesmos."

(FOUCAULT. O pensamento do exterior, p.14)

segunda-feira, novembro 17, 2008

obs.

Não faça mais isto:
cobrir com palavras
cobranças sem tino.
Na hora que pesa,
aguentas
de qualquer forma
de algum jeito.
Não faça mais tipo,
não faça de conta:
a imaginação expande
paredes rasas, amarras tênues,
forças delgadas,
que não permanecem tatuadas
na pele da alma.
Não faça com teu pensamento
monumentos de qualquer praça:
rebeldia
que te persegue, não te deixa
à vingança antiga.
A poesia, não podes tocá-la:
é um estranhamento
aéreo do nada!

sábado, novembro 15, 2008

Dirias que sim
de uma serra de ventos que levam
cabelos
e a fotografia
de braços abertos
como a figura
que ao solo
voa
iluminada pelas luzes
da CEMIG!

sexta-feira, novembro 14, 2008

diluições

Onde mão para tanto corpo,
A tanta perna quanto passo
Quanto sonho para pouco tempo
No entanto a que tanto abstrato
Ante a voz por que o silêncio
Canto farto e outrora tamanho
Um gesto noutro ser anulado
Acusa ao próximo talvez esse ato
Um aparato solto e côncavo
Entretanto à mão do inexato
Soa o corpo num espaço
Anterior ao julgo do movimento
E depois somente o vácuo!

segunda-feira, novembro 10, 2008

qUiRoMaNcIa

Meu coração é um girassol,
gira,gira leve gira:
músculo que brilha.

Meu corpo é um guarda-sol,
agüenta raio quente,
faz da luz a sombra no chão.

Se é noite sigo o coração,
corpo sem destino,
astro genuíno.

Enquanto paro a pensar,
venta nuvem feia
e cai a chuva do céu.

Meus olhos como o pôr-do-sol
fecham-se serenos
iluminam Vênus.

Invento uma anti-translação,
flor de metileno –
o universo
está na palma da mão!



do livro SOBRE TUAS SOMBRAS

Somente para sempre

Somente as considerações do coração são para sempre
enquanto a vida é vida, enquanto sinto.
Somente a amizade se preserva fielmente
ao sentimento que refaz sentidos.

Mesmo sem o encontro, tudo que se vive macula,
uma lembrança na hora exata do tempo,
um abraço que se passa numa tela como um curta,
como um conto, como um fragmento.

Somente as considerações do coração são amores certos
entretanto a paixão nos alimenta.
Não está no prolongamento a essência do eterno,
nem no anonimato a razão do poeta!

domingo, novembro 09, 2008

e boa noite!

em casa
com meus pensamentos desalinhados
sozinho
entre papéis esparramados
na cama
deito a cabeça sobre um poema de amor
do som
soa uma canção do passado
dos olhos
rola uma lágrima de sono
do quarto
teimo esse poema calado!

... e boa noite!

quarta-feira, novembro 05, 2008

e se eles sabem...

um dia a palavra formou-se sonora num sentimento tão grande e puro e simples que não se traduziu, não simbolizou como era crença. Amor eu disse e não era: era muito mais que amor, era o grito mais forte, incabível de compreendê-lo. ainda hoje todas as pedras se projetam pelo caminho. e se os passos não se percebem, como fazer deles olhares lançados às pegadas? melhor deixar à míngua e se eles sabem, deixá-los tornar o sentimento maior até se formar em palavra sonora que faça sorrir ou chorar, simplesmente!