segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Fluências

a arte me fez perdoar,
a arte em meus dedos trouxe o toque,
a arte e o amor se misturaram,
em mim, em meus nervos, em meu sangue.

a arte fluiu de mim e daqueles olhos
fez a cena que pretendia,
a arte deslizou na poesia,
a arte inaugurou um novo sentimento:


humanidade líquida!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Os Rituais do Ritual

Eu costumo dizer que há poetas & POETAS. Estes são donos de uma sensibilidade tão profunda que beiram os aléns do abismo, aqueles são donos de um sensibilidade e de um olhar subvertedor. Cazuza foi um destes abissais. Para uma pessoa tão especial quanto abissal para mim. A você moça de Havem, sinta como se eu cantasse para você:

"Pra que sonhar, a vida é tão desconhecida e mágica
Que dorme às vezes do teu lado, calada, calada
Pra que buscar o paraíso, se até o poeta fecha o livro
Sente o perfume de uma flor no lixo e fuxica, fuxica.
Tantas histórias de um grande amor perdido,
terras perdidas, precipícios
Faz sacrifícios, imola mil virgens,
Uma por uma, milhares de dias
Ao mesmo Deus que Ensina a prazo,
Ao mais esperto e ao mais otários
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Pra que chorar,
A vida é bela e cruel despida
tão desprevinida e exata que um dia acaba... acaba."





para você! Saudades! amo!

domingo, fevereiro 10, 2008

Relembranças (a-nexo)

A minha avó costumava dizer que "Deus não fecha uma porta sem deixar um fresta que seja". Fechou uma porta que já tentara fechar muitas vezes: pois sim, eu evitava.


Vi a lua da fresta e me apaixonei novamente!

Dona Maria, minha avó, completa algumas noventa primaveras hoje e lúcida repete suas verdades.

Tive notícias do mundo: monstruosas. As verdades dela me trouxeram chaves. Eis aqui fora, a casa já não sufoca e eu canto uma canção e giro no seu dia o seu dia.

Lembro do cuidado e da ternura e de como ela cozinhava bem. Cada sabor, cada aroma compõem meu ser, faz-me um homem que sorrir ao lembrar e sente os lábios com a ponta da língua. Delícias em meu corpo, quitutes em minha alma, almoçar com a família Aquino completa sempre foi tradição.
Lembro dos valores e dos preceitos que fluiram dela, da fé e da comunhão, da lealdade e da fidelidade a si mesmo.
Jamais deixar que algo me cale. Torquato diria:

"Poesia. Acredite na poesia e viva.
E viva ela. Morra por ela se você
se liga, mas por favor, não traia.
O poeta que trai sua poesia é um
infeliz completo e morto.
Resista, criatura."


E eu resisto criatura só para não me trair, não negar o que eu acredito. Todo poema tem sua palavra suja, resta inventar outras palavras coloridas e sinceras. Não traia seu poema, não o diminua.



Que coisa! Quanta coisa boa vovó me faz lembrar!