quarta-feira, janeiro 03, 2018

ao seu primeiro filho



Gosto de ler teus versos, tua voz em grafias...
a tua fantasia de amor, poesia e caos deu-se.
E já não é mais fantasia ou caos...
E já não és fantasia ou caos... Poeta!
Poeta!
Poeta! E o mundo se fez ao teu lado.
E ele pode ter vida própria,
ele pode te comprar - não se venda
ou se venda bem caro.
O artista é só um produto... penso nisso, assim.
não deve ser tão cruel consigo,
seja com os outros - se suportar esses descabimentos!
No mais, saudades de versar a beira de qualquer lago,
ou'té  em serras.
A poesia é uma oração!
No último ciclo, deixei poemas secarem,
perdi a finalidade da fé.
Eu tento tanto tudo que a tecla deixa em tentativas.
Volto aos manuscritos amarrotados,
aqueles de antes,
de cadernos amarelados - com um ou dois
versos seus, amigo...
No canto esquerdo o dia nasce
e eu fecho os olhos em protesto
( sem olhos verdes ) peço:
"Um café!
Para completar o cigarro que acendo
Na varanda."


para Warley Cardoso, poeta e amigo!

alegorias



Não há glória em deixamentos,
não há méritos em possibilidades.
Tudo que se foi, nem mais lamento
 e ficou para eternidade.
 


Não sou eu que fabrico finidades,
a mídia, talvez, tenha esse sortimento.
Agora meço minha finalidade
pelo desvão do meu pensamento.