sábado, maio 23, 2009

um confissão, um e-mail

Querida Maria,

há muito não lhe teço qualquer alguma consideração. Posso lhe dar uma quase devida explicação: é por necessidade monográfica ou por não saber escrever, ao certo, corretamente. Acho que não tenho em mim a língua positiva, nem espero pelo "quinto império", segundo Padre Antonio Vieira. Estou faz duas páginas do mínimo exigido para o término de tal texto e não encontro uma saída. Eu sempre fui péssimo em compromissos, mormente nos precisos textuais acadêmicos, em que se forjam a competência e o espírito crítico e a desenvoltura de raciocínio linear. Acho que devo me assumir não competente, alguém que pensa em círculos. Um mestrado seria o cúmulo para meu desprendimento agora. Antes de tudo pesquisava tudo, com precisão, com devido cuidado ancestral, com presença tônica e lia, lia, lia. Hoje não leio: fragmento pensamentos. E a minha presença, tanto átona, quanto ambígua. Ai... saudade de suas aulas, das suas explicações de colocações pronominais. É-me necessário advertir que minha escrita é arcaica e meu egoísmo é imensurável: eu sei. Mas antes que eu mesmo me subtraia, há algumas gentes que não me salvariam de mim mesmo, nem da minha vã filosofia. A ideia não irá por diante, não hei de aproximar-me do ridículo da cobardia. Escreverei a esmo relatórios e pés de páginas, doutro jeito alguns sofismas e referências diversas. Contudo não acredito, essas grafias eram a ser uma mensagem de acolhida e vejam em que deu: uma confissão chata e atrevida!



Obs: Maria Regina, minha eterna professora de Morfossintaxe!

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