Meu amor sonhávamos desnudos
quando inda éramos crianças.
Tu com tuas tranças,
eu com meu orgulho.
Brincávamos no escuro da estrada
e te amava a perder de vista...
Eu era o burocrata,
tu eras a artista.
Meu amor corríamos às léguas
debaixo da chuva rala.
Eu que molhava as pernas
tu encardias as anáguas.
Morremos no reflexo do açude,
quereríamos a vida à morte.
Tu com teu jeito forte,
eu com meu jeito rude.
Mas eis que o tempo esbarra
na curva do destino.
Eu já não sou teu menino,
Tu já não és minha arma.
Agora que estou-ser-idoso
rev(ejo/ivo) na crônica passada
teu gosto enquanto flor baca...
Eu, que queria ser tudo:
ponto final de uma farsa!