quarta-feira, janeiro 18, 2017

DUO IMPERFEITO




Meu amor sonhávamos desnudos
quando inda éramos crianças.
Tu com tuas tranças,
eu com meu orgulho.

Brincávamos no escuro da estrada
e te amava a perder de vista...
Eu era o burocrata,
tu eras a artista.

Meu amor corríamos às léguas
debaixo da chuva rala.
Eu que molhava as pernas
tu encardias as anáguas.

Morremos no reflexo do açude,
quereríamos a vida à morte.
Tu com teu jeito forte,
eu com meu jeito rude.

Mas eis que o tempo esbarra
na curva do destino.
Eu já não sou teu menino,
Tu já não és minha arma.

Agora que estou-ser-idoso
rev(ejo/ivo) na crônica passada
teu gosto enquanto flor baca...

Eu, que queria ser tudo:

ponto final de uma farsa!

Nenhum comentário: