ao mestre e amigo Antonio Carlos
- Fala comigo! Não falas, esses tristes dias se esvaem
onde se orquestra despertar um novo ano.
É madrugada e "que novas tristes são, que novo dano,
que mal inopinado incerto soa " .
O sono, o sono eterno dos que sonham,
não aquieta o choro dos que despertos oram!
- Fala comigo! Não falas amigo, mas eu sinto,
como se a inesperada das gentes também me esperasse
ao longo da madrugada, pelo taciturno alvorecer
e todas as canções fossem despedidas...
A manhã, a própria manhã, tão gris,
não compele as lágrimas do céu, dos anjos!
- Fala comigo, ó mabaral da educação!
E tua palavra é o silêncio físico da saudade
já refletida em aqueles que nem aqueles,
ou mais que esses, quiçá a todos que te encontraram...
Os dias, mesmo os dias refletirão os teus olhares
azuis, como era antes quando falavas comigo!
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