domingo, março 15, 2009

tremores

O primeiro tremor
e os olhos densos, pesados,
ardendo
os ácidos mais intrépidos;
e os lábios sufocados,
prendendo, retendo,
encarcerando
os gritos mais violentos;
e as mãos sem motivos aparentes,
delirando, desfazendo,
tateando
texturas imaginárias;
e o ventre recolhido,
contraindo, revolvendo,
distendendo
o mínimo rechaçar da razão.



O próprio tremor em si
e o outro feito louco, mouco,
arfando
os sons do universo mais cinético;
e a língua outra perversa,
provando, paladando,
aluindo
cada pequena reserva do intenso;
e os dedos outros precedentes,
apaliando, inquietando,
aprofundando
sentidos adormecidos;
e o corpo outro sobre este,
suspenso, sonhante,
explodindo
com foraz sofreguidão!

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