quer a fome trançando os dedos,
distinto eu
terça-feira, abril 22, 2025
as dúvidas de Ester
quer a fome trançando os dedos,
terça-feira, março 22, 2022
certames infantes quiméricos
Venta,
a manhã se anuncia breve de nuvens!
Nada que aprendemos nas enciclopédias,
nos dicionários denotativamente obsoletos,
nem o aturdir de asas rufladas ao fim da tarde,
nada, nada se mantém em sempre!
Só uma coisa, uma ideia, faz-se ao sempre
das manhãs que essas nuvens teimam:
venta!
Venta
e preso à linha, ao carretel, à mão
que solta e prende e inflige e revolta,
o menino voa em papagaios - naves imagináveis,
praticando assaltos aéreos de combate,
retirando do celeste azulado, cor tal distante,
inimiga dos frontes infantis e das venezianas vizinhas,
abatendo entre rasantes, buscadas e rabiolas e:
venta!
Venta,
só o grassar involuntário dos pássaros
é permitido no céu de criança mercante,
munida de fragmentos de vidro e óxidos
e polivinis acetados, transformados em elos
cerolados de confrontos em glórias juvenis...
em táticas de enlace e aparo de tensões,
mesmo que diluído, examen do céu e ainda
...
venta!
quarta-feira, setembro 15, 2021
Preciso de um café! Ou Presentes de Cássio e outras alegorias....
Três imagens distintas,
traçam novos rumos
de meu pequeno universo.
Mãos ao barro,
sementes para um vôo,
olhos em busca de cores!
Três fotografias destinadas ao poema!
Três meras imagens a outros...
Três receitas de voltar a ser criança!
Três meras imagens a esmo...
Uma pirâmide de minh'alma
feita às três pontas no deserto,
desenho dum caminho imaginário
que só em infância
podem ser lido...
um sorriso trino e circense!
Como três reis mágicos e um menino!
Como três presentes de um (re)nascimento...
Como três e três e três nunca será quatro!
Como só em mim tal tríade...
segunda-feira, setembro 28, 2020
pequeno poema dônico
a Paulinho Moska
Tudo
que fizeste
foi
além...
‘do
muito para falar’!
Desde
a
primeira vez que, despido o amor,
anunciaste
ao som e ao silêncio teus sentidos...
dônicos,
mais
profundos
de teus
refúgios,
resvalaste
aos fundos mais fundos,
desconhecidos,
o
sublime e vero
tudo/nada
de amar a cada passo, gesto, sopro, sussurro
revelando
em cada verso
algum
qualquer universo de acordes,
amalgamados,
entrelaçados,
emaranhados...
por tua
alma!
terça-feira, abril 14, 2020
propaganda vazia
Isso incita a rebeldia, a minha rebeldia...
Você sabe...
tudo que faço é por rebeldia
invado vilas, cidades,
trago sintáticos transtornos
com mortes e saques e selvagerias,
a poesia surge da tempestade
para adornar os mortos
e limpar o sangue dos versos mortos
pelas vias!
Enfim, sempre do contra,
poético rebelde do contra,
poeta de merda,
de versos clandestinos e desconhecidos.
Por que me duvido? Por que me divido?
Tentando não negar alguns discursos
mais do que falidos,
buscando alguma voz, quiçá razoável
atestando "não" ao conflito do comum,
meramente vago, raso e aceitável.
Mas eu sei que é pura rebeldia...
mesmo assim...
eu a faço:
senhora de minhas sílabas mais perversas e sensatas!
Às vezes, tão somente casto,
rogo: as mais singelas e delicadas providências,
emanado energias positivas ao universo,
aos seres vivos e a todo esse papo furado.
Por sempre ou quase sempre,
o que me importa não te importa,
ou importa se - e se - eu consentir,
ao modo que ocorre com todos
e a poesia, não se difere.
Mas ela me ressalva,
alivia um pouco da revolta,
dá voltas longe do umbigo
e ressignifica o que fica
zunindo, baixinho, aos ouvidos....
"nada voltará ao normal!"
terça-feira, dezembro 17, 2019
diário fechado
quando o vermelho não se apressa em ser tempo
e se perde em sua cor sanguínea.
quando o azul não remete ao céu.
não eleva à glória a conquista do pensamento...
quando tudo é um número e tormento
e se traduz em simpĺes resultadismo
o conhecimento se silencia nos lábios
e nos olhos de quem o ignora
domingo, novembro 03, 2019
negações da liberdade
e faz um bom tempo que não liberto
nenhum verso,
nenhuma camada que exposta
retire peso, pedaços, postas...
Ninguém que explique a ausência de respostas,
nada aqui, nada que detenha-se amorfa
e, desorientado nesse universo
não atribuo culto,
não recorro ao discurso adverso,
somente resto, somente me perco
na solidão dos aspectos duvidosos...
Nenhuma palavra me rasga
e corta como antes e antes e antes...
nenhuma peleja,
nenhuma coisa, mecha, joça...
Ninguém que me alveje propostas,
tudo ali, tudo na mesma toada
e, desmedidas inovações do tempo,
o que fazer do sentimento
que não vai com o vento
que passa e passa e passa...
... que nunca passa na hora
que precisamos ruflar nossas asas!
sábado, abril 20, 2019
preterismos de antes
sábado, janeiro 26, 2019
Elegia de dezembro
- Fala comigo! Não falas, esses tristes dias se esvaem
onde se orquestra despertar um novo ano.
É madrugada e "que novas tristes são, que novo dano,
que mal inopinado incerto soa " .
O sono, o sono eterno dos que sonham,
não aquieta o choro dos que despertos oram!
- Fala comigo! Não falas amigo, mas eu sinto,
como se a inesperada das gentes também me esperasse
ao longo da madrugada, pelo taciturno alvorecer
e todas as canções fossem despedidas...
A manhã, a própria manhã, tão gris,
não compele as lágrimas do céu, dos anjos!
- Fala comigo, ó mabaral da educação!
E tua palavra é o silêncio físico da saudade
já refletida em aqueles que nem aqueles,
ou mais que esses, quiçá a todos que te encontraram...
Os dias, mesmo os dias refletirão os teus olhares
azuis, como era antes quando falavas comigo!
sexta-feira, janeiro 04, 2019
24 de setembro de 2007
bem lá no fundo d'alma uma coisa diferente,
um frio que queima sem a menor explicação,
uma certeza inexata que só sente o coração
e não é preciso palavra, sente-se à distância,
se tem gosto, aperto, olhar e fragrância"
beijo de partida
sábado, dezembro 22, 2018
o homem, um anúncio qualquer
a
mídia média medra
meio-
fios
meios
gestos
de gênero de número de classe
do que
invaria
invalida
in e mais
valia
quanto quando e no entanto
o que resta,
nãos e noves
tão fora
que zeros há que
e nem os há.
Tudo está aonde vou
em 5 a 30 segundos
em horários
e erários
nobres e pobres
apodrecentes
rebeldes do
controle remoto.
a
média mídia medra
aquilo que
desde morto
e amórfico
nem precisa nascer!
segue feito Narcísio
e seus reflexos
e não-reflexões...
segue, ademais, paixões
e intervalos
que se repetem
e repetem
e repetem,
até que nunca
se tenha ouvido,
sequer mencionado,
um nome,
o nome
(um risco no céu)
de um homem
quiçá
da humanidade!
segunda-feira, agosto 27, 2018
propaganda eleitoral
Peito à mostra
pleito à vista
social e capitalista
Nada vai bem
nada tão mal
comunista comercial.
domingo, agosto 26, 2018
desenhos no muro
sol da manhã
em manhã de sol,
outra canção em si,
isso em mim um mi
o vento de pássaros
amanhecendo os voos do dia
nem tudo é poesia,
nem todo grão alcança o vento
mas o balé das árvores
estendidas ao além dos aléns
em seus giros e gestos
tecem imagens abstratas
sobre a frieza do concreto
ainda adormecido e rijo,
retratos em sombras tortas
iluminando pequenas lisuras
texturas outras, chapiscadas,
tremulices de nuvens emparedadas
desenhos no muro, fotografias
amanhecendo o que é poesia.