domingo, fevereiro 15, 2009

a última viagem

um semelhante,
penso: jamais igual.

Meu ontem me delata:
100 km de pedal.

Muito o sol, a água,
muito o alimento.

Tamanha a batucada aurora:
o candombe, o canto negro!

Não cabe à memória:
transborda amarrotado!

Sou meu canto
precipitando um desfocado...

Cada gota, o suor:
um arranjo a cortar o vento.

Amacia a noite, adormece:
ontem faz tempo!

Olha o rio cipó, molha
a mão no atlântico amanhã.

Penso: diferentificidades!
Sete horas da manhã...

Era antes e agora é nada:
um espinho no caminho.

Todos estavam onde estavam,
aconteceu, foi partindo...

Nascituro dia, prematuro ano,
quanta poesia poderia...

Não! Não adoça o sumo!
Mudo, o novo gritaria?

Nada de covardias cardeais:
os iguales, estes vazios.

Semelhantes, desiguais:
Um sentido maior sob os sentidos!

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