Frenesi amou a Psiquê.
Ele o mar, ela a estrela,
tão distantes de vingarem
tudo que lhes consumia a alma.
Então, não se sabe por que,
numa integral desilusão,
Frenesi refletia Psiquê
dentro do seu coração.
Tantos beijos estelares
desfizeram-se nas águas frias,
pela noite enamorados
criam que talvez um dia
eles pudessem ser de fato
o segredo do universo
na eternidade do espaço.
Psiquê era a ânsia da noite,
Frenesi o desespero do dia.
Este tempo do peito somente
prova que o amor vicia.
Isso quando as nuvens permitiam,
mas quando um sopro indiferente
declarava e eles sabiam:
nada é para sempre!
Foram as lágrimas de Psiquê
que num delírio astral
de desesperança lauta,
cobriram Frenesi de sal,
encheram-no de paixão.
O que seria da alma
se não fosse a tentação?
Frenesi tanto amou Psiquê,
que além, muito além da distância,
inexoravelmente aglutinada
tanta energia de repente,
como corpos inflamados de sonhar,
explodiu feito estrela cadente
e nasceu estrela-do-mar!
bárbara ramos |
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