domingo, julho 06, 2008

Hoje eu quero...

Não quero te esperar com descuido, nem quero que me fales de nomes passados como quem se protege entre códigos antigos. Quero que faças de conta que tudo começou agora com os mesmos desalinhos de antes.
Não quero que desejes meu ontem tardio. Quero que diante de mim não tenhas tempos ilusórios: eu sou hoje e, embora me reconheças envelhecido, tenho motivos aos devios traçados em relevos.
Não quero que te desculpes por nada, nem que acredite que tenha comigo algum débito. O caminho segue sobre o luar: o espetáculo não pode parar!
Quero que entendas que as curvas vem e vão e dependem da velocidade da transição. Nada permanece, traços sobre a mão, unhas cortadas, fatos que não são, gestos sem razão, pulso e coração: planos vêm e vão!
Quero de teu corpo movimentos de amplitude, quero atitudes, quero proporção, quero dias e noites, quero tempo de temporais, mergulhos abissais, humanização!

Um comentário:

Unknown disse...

esse texto-poesia é maravilhoso, querido amigo poeta.
maravilhoso.