quinta-feira, julho 24, 2008

.um olhar na noite.

Na curva da noite
esbarrei neste olhar desconhecido.
Oh deuses! Oh humanos meus cúmplices!
Entre mesas de madeira e acordes dissonantes
uma precipitação líquida turvando os passos.
Ela me conta de coisas esotéricas,
Ele me fala de figurações do dia-a-dia.
Quando se calam, se beijam!
Um outro caminho me leva
(são tantos que mesmo um romance)
um samba me leva, eu levo esse copo
da memória entre os dedos.
Um canto me leva ao canto,
eu levanto, entro, saio, volto...
A poesia me aporta um instante,
me apresenta um sorriso tão lindo,
humana como eu, que deve, entre um sonho e outro
comprometer-se com grafias da alma.
Na curva da noite, quiçá da madrugada
alguém me pergunta, estátua de pádua
parada na porta
- O que foi?
- Nada!
- Tenho em mim um estado embriagado!
- Enfim!
Proponho em mim um istmo de luxúria
nem céu, nem águas, nem pedras do meu caminho,
nem mesmo uma após outra dobra, nenhum tecido:
pois que na curva da noite
eu reconheci esse olhar!

2 comentários:

sblogonoff café disse...

Eita menino!!
Dá pra visualizar o encontro de olhares e seus efeitos etílicos.
Alguns olhares tragam, outros entorpecem!
Seus traços, um tecido.

sblogonoff café disse...

Eita menino!!
Dá pra visualizar o encontro de olhares e seus efeitos etílicos.
Alguns olhares tragam, outros entorpecem!
Seus traços, um tecido.