
Ela acha que a cura está em algumas palavras travadas por educação, que há força num sorriso triste. Ela acredita que pode dar voltas e voltas e voltas e tudo ser exatamente o mesmo, como se depois de oito estações o jardim ainda conservasse aquele brilho que ainda há na memória. Ela pensa que o destino é suave como eu fui outrora suave e como ela foi outrora precisa em seu golpe de tempestade e ressaca. Ela afirma tanta força em suas ondas que pode os olhos se abrirem, pode a boca vociferar, podem os ouvidos ser dor, pode a pele arder em chamas que nada restará às suas águas.Ela roga por cada gesto de cuidado empoeirado e hoje ambíguo e abre a porta devagar para não fazer barulho. Entrego o bouquet, sorrio, peço que assine a nota, agradeço e volto ao que preciso para mover minha alma pelos caminhos da gravidade: o dia é longo, ainda tenho muitas histórias para imaginar tateadas e muitas flores para entregar.
Eu acho.