sábado, setembro 27, 2008

o entregador de flores

foto de Sandra Cruz


Ela acha que a cura está em algumas palavras travadas por educação, que há força num sorriso triste. Ela acredita que pode dar voltas e voltas e voltas e tudo ser exatamente o mesmo, como se depois de oito estações o jardim ainda conservasse aquele brilho que ainda há na memória. Ela pensa que o destino é suave como eu fui outrora suave e como ela foi outrora precisa em seu golpe de tempestade e ressaca. Ela afirma tanta força em suas ondas que pode os olhos se abrirem, pode a boca vociferar, podem os ouvidos ser dor, pode a pele arder em chamas que nada restará às suas águas.Ela roga por cada gesto de cuidado empoeirado e hoje ambíguo e abre a porta devagar para não fazer barulho. Entrego o bouquet, sorrio, peço que assine a nota, agradeço e volto ao que preciso para mover minha alma pelos caminhos da gravidade: o dia é longo, ainda tenho muitas histórias para imaginar tateadas e muitas flores para entregar.
Eu acho.

2 comentários:

Leandro blogger disse...

DELCULPE ME INVADIR ASSIM O SEU BLOGGER ..MAIS VC ME PARECEU COM SUAS PALAVRAS UMA PESSA DE UMA PERSONALIDADE UNICA GOSTEI MUITO DOS SEU TEXTO PARABÈNS ..........CONTINUE ASIM..... LEANDRO....

sblogonoff café disse...

Enquanto ela lá, o entregador trouxe para mim uma flor preciosa, que embora não seja de plástico, não morre!

(Do tempo antigo, onde havia a gente e Cazuza!!!)

Beijos procê!