sexta-feira, dezembro 26, 2008

não se apoquente

Nada é o bastante para quem quer ser o maior,
para quem nasceu com o dedo no gatilho do desejo,
para quem foi o peito, a boca, para quem foi o beijo,
e foi a língua na ponta da resposta do pior.

Nunca tomba à onda a tona, nem repica o anzol,
para quem cresceu de corpo com a veia à mostra,
para quem chiou ceia e foi na força à desforra,
tentando cegamente um ataque contra o sol.

Não se apoquente,
Qualquer coisa a gente mente!
Não se apoquente.
Joga a semente no chão!


Jamais a presa se prende e se entrega ao destino
sem que a deixe resistir, sem a defesa na vida,
sem a peleja que a natureza desfaz escondida
nas virações e frações dos ardentes líquidos tintos.

Um comentário:

sblogonoff café disse...

Eu achei isso bom demais da conta!

...e foi na força à desforra,
tentando cegamente um ataque contra o sol...
(é uma desforra meio suicida, mas enfim, é sanguíneo e impulsivo. Como o fogo.)

Todo o não se apoquente foi bárbaro. Podia ser música!!