quinta-feira, outubro 01, 2009

Manifesto palavrar espacial

Há (será?) espaço e palavra!
Haverá espaço para a palavra nascente
como adjunto do corpo e mente?
Pensada a palavra tem vez na tez,
no talvez da lente, no reflexo do flash?
A palavra no quadro falso negro,
no centro negro – palavra escura,
palavra de pensar em volta
palavra de revolta que volta impura.
A palavra fétida eclodindo do bueiro,
a céu aberto a palavra escorre
decorre sobre horas, filos, rios...
A Palavra que há sentida
e refletida tarda o rasgo da amarra.
A Palavra de Huang Che tem pegadas de estrelas
e revira o espaço sideral.
A palavra escrita não se explica, não se aplica...
nem Lacan, nem Bakhtin ou/e outras teorias.
Nem o talvez do sim e enfim o não do nada...
A palavra lavra, é larva descendo
um dia vai queimar o que não for pedra
a pedra tornará a ser o que não fora
e restará o que se pensa ser o mito.
É preciso construir a palavra como um baluarte,
uma represa, um farol, um moinho
Um símbolo despido do símbolo...
será impossível?
A palavra se denuncia na fala, no plano
do plano espacial.
Quer seja escrita, quer seja escrota,
quer seja rota e quer seja nova...
quer seja igual verbo e o verbo seja distinto:
a palavra é o ponto
e o ponto é infinito!

Um comentário:

sblogonoff café disse...

Hoje eu estava conversando com uma amiga sobre uma tese dela, que é a linguagem escrita. Nisso, falamos da palavra, como ato,ação e agente de transformação. Se ela ler o seu poema, vai querer usar como epígrafe!!

Vou dizer a ela!!!

Beijo!