sábado, abril 19, 2008

Soneto do amar em Flor


Hás de silenciar a tua voz em mim
enquanto calar a minha boca na tua
e haveremos de sonar a mesma melodia
como sussurram nas frestas a ventania.

Hás de comungar comigo as noites frias
de onde vem os sonhos dos amantes da lua
e haveremo-nos lívidos e adormecidos
como adormecem os amores incandescidos.

Então seremos, sobre o sereno, consumidos
"em fogo, em brasa, em carne, em vida"
e que o mundo não duvide do amor.

Como não duvida dos traidores e dos traídos,
dos carrascos e dos tiranos, dos suicidas:
que a cada golpe do medo nasça uma flor!



escrito em agosto de 2006

Um comentário:

sblogonoff café disse...

É sempre um prazer ler você!