Tudo em mim se apreende de distâncias e presenças
de tal maneira que o silêncio desentende a voz.
Tudo em mim pesa ambiguidades nascituras:
duas mãos - razão de possibilidades abstratas...
Meu coração é tudo em mim, além e quando
não bate todos os seus ritmos, não sonho
o dia de encontrar todas as manhãs sorrindo
e todas as nuvens vagueando e o sol ao sol...
Tudo em mim anuncia um erro de cálculo
e traz o sumo, e mostra a seiva, e resta a polpa...
Pois tudo em mim dança a canção que é sagrada
e em movimentos se inteira de fragmentos.
sexta-feira, julho 31, 2009
segunda-feira, julho 27, 2009
sexta-feira, julho 24, 2009
o encontro
era uma tarde de cores rubras
e o sol se precipitava sobre a serra
e a lagoa calmamente respirava
o bailar dos corpos submersos.
havia uma casa de paredes duras,
de pequenos tijolos expostos em retas
que o ocaso, de novos tons, tateava
com suas mãos e dedos ternos.
e um menino esperava de alturas
um velho poeta de eternidades certas
com o olhar que não se aquietava
mesmo defronte do menor universo.
quando de súbito aquela frágil figura
surgiu de uma órbita secreta
e se inclinou a outra mão que se anunciava
e abraçou com os olhos todos os desertos
e a noite trazia suas nuvens escuras
mas aos olhares não se atrevia pressa
e cada estrela no céu se acomodava
e o menino tecia versos, versos, versos.
e o sol se precipitava sobre a serra
e a lagoa calmamente respirava
o bailar dos corpos submersos.
havia uma casa de paredes duras,
de pequenos tijolos expostos em retas
que o ocaso, de novos tons, tateava
com suas mãos e dedos ternos.
e um menino esperava de alturas
um velho poeta de eternidades certas
com o olhar que não se aquietava
mesmo defronte do menor universo.
quando de súbito aquela frágil figura
surgiu de uma órbita secreta
e se inclinou a outra mão que se anunciava
e abraçou com os olhos todos os desertos
e a noite trazia suas nuvens escuras
mas aos olhares não se atrevia pressa
e cada estrela no céu se acomodava
e o menino tecia versos, versos, versos.
terça-feira, julho 21, 2009
pequenas linguísticas
Não é o movimento que torna à linguagem,
não é a linguagem que torna ao movimento:
antes tudo abstrato.
Não há trato com o inesperado,
não há contrato possível de sorte:
cada qual, cada caso.
Não se movimenta o tempo em silêncio,
não se temporalisa o silêncio dos corpos:
sempre teimam ruídos.
Não reage o ponto à frase,
não resta mais períodos comumente simples
de nenhuma ranhura.
São tão desertas as bélicas dicotomias,
os duplos que em tempo devem
silenciar uníssonos.
não é a linguagem que torna ao movimento:
antes tudo abstrato.
Não há trato com o inesperado,
não há contrato possível de sorte:
cada qual, cada caso.
Não se movimenta o tempo em silêncio,
não se temporalisa o silêncio dos corpos:
sempre teimam ruídos.
Não reage o ponto à frase,
não resta mais períodos comumente simples
de nenhuma ranhura.
São tão desertas as bélicas dicotomias,
os duplos que em tempo devem
silenciar uníssonos.
quinta-feira, julho 16, 2009
Um pequeno poema para dias de felicidade?
Como se estivéssemos livres
rondamos nossos sonhos
inspecionando suavemente a
superfície da vida!
rondamos nossos sonhos
inspecionando suavemente a
superfície da vida!
terça-feira, julho 14, 2009
amor diante
Ser em si momento,
monumento do agora
sem o que passa
e ultrapassa o movimento
sem pranto,
sem vaidade,
sem a menor noção
de vir a ser.
Ser o império do ser
presente do ausente,
sem temor,
sem tremor,
somente,
entre um verso e outro,
o amor,
o amor,
o amor diante!
monumento do agora
sem o que passa
e ultrapassa o movimento
sem pranto,
sem vaidade,
sem a menor noção
de vir a ser.
Ser o império do ser
presente do ausente,
sem temor,
sem tremor,
somente,
entre um verso e outro,
o amor,
o amor,
o amor diante!
quinta-feira, julho 09, 2009
inquietações da escrita
Não,
não se escreve por razão,
é sobre o corpo algo preciso,
calado
e
sonoro,
algo que ilumina,
algo que água a boca,
perfuma
e
adoça
e
fede
e
salga,
algo de sentidos próprios,
algo de perceber desatento,
sentimento
e
intento,
algo que se atreve,
algo de resposta ao vento,
nada
e
tudo,
algo que de tão preciso...
algo que de tão metafórico,
pertuba
e
aquieta,
algo que escapa frágil
e
se oferta intenso.
não se escreve por razão,
é sobre o corpo algo preciso,
calado
e
sonoro,
algo que ilumina,
algo que água a boca,
perfuma
e
adoça
e
fede
e
salga,
algo de sentidos próprios,
algo de perceber desatento,
sentimento
e
intento,
algo que se atreve,
algo de resposta ao vento,
nada
e
tudo,
algo que de tão preciso...
algo que de tão metafórico,
pertuba
e
aquieta,
algo que escapa frágil
e
se oferta intenso.
sexta-feira, julho 03, 2009
poema aos aparatos gráficos de Aníbal Machado
...
(POR DENTRO DO SILÊNCIO)
dentro da pedra esperaR
debaixo das águas sorriR
o silêncio sem populações,
a cidade desfeita das cidades,
o rastro anulado no vento,
e todas as palavras adormecidas
...
(POR DENTRO DO SILÊNCIO)
dentro da pedra esperaR
debaixo das águas sorriR
o silêncio sem populações,
a cidade desfeita das cidades,
o rastro anulado no vento,
e todas as palavras adormecidas
...
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