era uma tarde de cores rubras
e o sol se precipitava sobre a serra
e a lagoa calmamente respirava
o bailar dos corpos submersos.
havia uma casa de paredes duras,
de pequenos tijolos expostos em retas
que o ocaso, de novos tons, tateava
com suas mãos e dedos ternos.
e um menino esperava de alturas
um velho poeta de eternidades certas
com o olhar que não se aquietava
mesmo defronte do menor universo.
quando de súbito aquela frágil figura
surgiu de uma órbita secreta
e se inclinou a outra mão que se anunciava
e abraçou com os olhos todos os desertos
e a noite trazia suas nuvens escuras
mas aos olhares não se atrevia pressa
e cada estrela no céu se acomodava
e o menino tecia versos, versos, versos.
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