quinta-feira, julho 09, 2009

inquietações da escrita

Não,
não se escreve por razão,
é sobre o corpo algo preciso,
calado
e
sonoro,
algo que ilumina,
algo que água a boca,
perfuma
e
adoça
e
fede
e
salga,
algo de sentidos próprios,
algo de perceber desatento,
sentimento
e
intento,
algo que se atreve,
algo de resposta ao vento,
nada
e
tudo,
algo que de tão preciso...
algo que de tão metafórico,
pertuba
e
aquieta,
algo que escapa frágil
e
se oferta intenso.

2 comentários:

Beatriz disse...

Se escreve por... todo o resto então.
Também sinto falta de escrever, e de me identificar em poesia assim.
Um dia eu volto, será?

sblogonoff café disse...

E que esse algo não desapareç nunca.
Saudades, poeta!