quarta-feira, outubro 15, 2008

Figura-Fundo

Via o desejo, antes, e compreendia que eu
queria, mas eu... que era só um desejo
mais e mais até morrer, querer.
Com exatidão, supunha mirar: meu coração
ao horizonte, desvairado, entregue...

Tive, tempo para transferir certas linguagens,
ter, na plenitude das horas, contemporaneidade
ora regredindo, passados, por momentos
à vez e na tora!

Ingenuidade, ganhei corpo, cresci na jaula e
deixei-me, só percebia, de compreender – e tudo
como, modificara, se fosse um momentâneo
ao arrepio de tantas explicações...
Propus-me, ganhar em cima, em baixo, dos lados,
pelas beiradas comer insatisfeito, sedento,
roente doente :alta nutrição de quinquilharias,
transbordante inquietação nas águas cranianas,
meus coágulos do consumismo:.

Não vejo mais o desejo, não compreendo o eu,
sequer suponho o meu – coração.
Não mais mirei o horizonte,
contas a pagar, me, algemam no ontem eterno,
gestos :inconstantes e insentidos: de desusos
o pensamento, comumente a verve, destrona.

Intuição: parece-me, seguro os pés distantes!
Não vejo – sinto, agora, único, em corpo meu,
de veias minhas, mentindo-me novos signos,
outras culturas detendo minhas noções,
meus sonhos, de possíveis, povoando
imagens (e agora não quero mais) de posse (possuir),
vazias, inúteis.

Vê o desejo, depois, e compreende. Ele
quer, mas ele... que é só um desejo
ademais, até não mais viver. Viver...
Em pessoa, pretendo e méto, primeira,
assumir-me contrastante e diverso...
Como em casulos, mergulhado em conchas, preso
à minha essencialíssima beleza de pensar...

Eis-me: reviro meus jeitos e mudo as dobradiças!
Pontuo: estou recriando o cenário!

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