quarta-feira, outubro 29, 2008

trechos antigos

" ... e amiúde me toca uma lembrança,
sem que me avise tuas palavras me envolvem.
Aquele teu último poema para mim
que me confessas tudo o que eras na verdade:
a fragilidade da vida se erguendo da queda!
(...)
...e há a queda maior entre meus dedos,
o meu olhar lançado ao chão, teus olhos
que nunca me olharam com presença,
sempre em outro canto, em outro corpo,
em outra condição.
Cai em teu passado e em meu passado cai
entre dias e dias de pedaços de noites,
entre uma e outra lágrima,
apagando as velas,
molhando grafias,
tornando saudosa minha festa
de mil cores desbotadas.
(...)
Assim dobramos ano após ano:
sem amor que seja, sem cuidado humano,
sem natureza!
Assim fui desprendido de meu passo,
como uma sombra rôta e pouco retinta,
meio desfocada do caminho,
no melhor da própria cena
e entre alguns poemas."

Um comentário:

sblogonoff café disse...

É por isso que mais vale uma amizade colorida do que um amor desbotado.
O sentido de amar muitas vezes está nas cores vibrantes. E na presença integral. O corpo. A alma.