sexta-feira, outubro 31, 2008

um antes

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Faz horas que observo o céu da noite
e sou um antes de ser
com desejos que fibrilam nos dedos
de mãos espalmadas e amores antigos.
Adormeço como uma distância de estações
e com certa profundidade marítima
minha velocidade precisa ventos fortes que avançam pela madrugada.
Enterneço com teu vulto adormecido:
cada planície e cada depressão e cada elevação de que dispões.
Persisto o passo à tua respiração aberta.
Que sonhas, eu me certifico
e amparo todas as minhas texturas
em teu sono para amanhecermos
como uma só concha!

Um comentário:

sblogonoff café disse...

Desconfio que adormecer e amanhecer como conchas seja uma das melhores sensações do mundo.
Tudo está ali, a unicidade dos desejos pacíficos e sem arroubos.
A paz nos contatos.