sábado, janeiro 24, 2009

Teus balanços




Teus balanços me balançam ainda ontem:
antes de adormecer movias em mim qualquer amarelado suspiro,
mas hoje tudo poderia ser dedilhado como um esporte antigo,
desses que ultrapassam as horas e horas e horas...
Talvez se da lembrança tardasse
o sol na extremidade do olhar fazendo do teu ir e vir
um cansaço de mãos e passos.


Eu não me afastava um só instante de teu baile.
E subias e subias e subias e descias e descias e descias
como uma princesinha do céu e do chão,
da mais alta torre, do mais alto castelo
ou de qualquer janela da mais simples casa,
uma princesinha de pés descalços,
rindo-se de seus pendulares trejeitos...



E eu dava a teu corpo uma certa força contínua
para que o teu riso explodisse celeste...
E sorrias, sorrias como se cada movimento fosse o próprio nascer e morrer.
E nascias e morrias e tornavas a nascer feito bailarina
girando, girando, girando solo
num palco vazio e iluminado...


Não te atrevias a parar,
nem o balanço!

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